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Crítica | Em seu último filme da franquia como diretor, Michael Bay promove seu costumaz espetáculo de explosões, barulho e pouco sentido

Por Alysson Oliveira do Cineweb


É preciso dar crédito ao que é necessário e, por mais megalomaníaco e piromaníaco que Michael Bay seja, criatividade ele tem – se ela funciona ou não é outra história. Mas juntar a lenda de Rei Arthur com robôs gigantes e alienígenas (que também se transformam em veículos!) não é a ideia que qualquer um costuma ter. A até certo ponto boa ideia medieval, no entanto, está enterrada em tantos e tantos quilos de ferragens robóticas de outro planeta que custa a vir à tona e, quando vem, já é tarde demais nas 2h30 do novo Transformers.

Bay anunciou que este é o seu último filme da série como diretor e, como despedida, resolveu que não poupará o seu público (supostamente) ávido por ação e destruição sem cérebro – algo que nos outros filmes da franquia poderia ser meramente divertido, mas aqui é irritante porque o longa se resume a isso. A trama (na falta de palavra melhor) começa na Inglaterra medieval e logo chega ao nosso tempo, encontrando personagens interpretados por Mark Wahlberg e os ingleses Anthony Hopkins e Laura Haddock.

Além dos carros-que-viram-robôs há também uma trama envolvendo uma sociedade secreta e mais uma “protagonizada” por uma garotinha chamada Izabella (Isabela Moner), que, quando aparece na tela, promete algo à la a Laura de Logan. Mas a personagem some antes da metade do filme e só reaparece no final, tornando-se a figura mais deletável de toda a história de Transformers – que está repleta de figuras inúteis.

Dentre os vários filmes que estão dentro de Transformers – O Último Cavaleiro, um deles mostra como diversos países da Terra encontraram formas de acomodar as criaturas extraterrestres, mas não nos EUA, que criaram um exército especializado em lutar contra os Transformers. O inventor Cade Yeager (Wahlberg) agora é um fora-da-lei, que esconde e protege Transformers, num ferro-velho; e Optimus Prime sumiu.

A história dele irá se juntar com a de um aristocrata inglês, Sir Edmund Burton (Hopkins, fazendo aqui dinheiro fácil) e de uma historiadora de Oxford, Vivian Wembley (Haddock), cuja inteligência, sagacidade e beleza vão ao encontro da visão de Bay sobre o universo feminino, que traz consigo o romance obrigatório (mulher não pode ficar sozinha!) com Cade. Essa parte do filme, envolvendo um artefato antigo, soa como a adaptação ruim de um livro ruim de Dan Brown. A megalomania de Bay desconhece limites. O enésimo clímax do filme acontece na região onde estão as rochas da Stonehenge -  de todos os momentos sem sentido do filme esse consegue se superar, em seu espetáculo de piromania e destruição.

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