Crítica | Relâmpago McQueen enfrenta uma crise existencial da meia-idade em Carros 3
Como a franquia mais sem graça de Pixar chega ao 3o filme e outras como Vida de Inseto e Os Incríveis não tiveram nenhuma continuação? Critérios cinematográficos ou artísticos talvez não expliquem essa fenômeno – possivelmente, apenas lojas de brinquedos e suas prateleiras abarrotadas de carrinhos e afins inspirados nos personagens do filme dão conta da razão do longa existir.
Em Carros 3, Relâmpago McQueen enfrenta uma crise existencial da meia-idade, quando se dá conta de que não é mais o mesmo, que não consegue mais vencer as corridas. Um novo competidor está tomando seu posto de campeão. Relutante em se aposentar, ele aceita ser treinado por uma jovem carro chamada Cruz Ramirez. Moderna e esperta, ela quer usar as mais novas tecnologias para ajudar seu ídolo a se reencontrar nas pistas.
Dirigido pelo estreante Brian Fee, o filme entra no antigo embate entre o moderno e o arcaico, apontando que a solução ideal é aproveitar o melhor dos dois mundos – a experiência do tempo e a modernidade do presente. Para crianças isso tudo pode ser novidade, mas para adultos, Carros não é uma franquia com tanto apelo como, digamos, Monstros S. A., Toy Story ou a série do peixinho Nemo. O forte do longa é seu colorido vibrante e os personagens engraçadinhos – capazes de render brinquedos legais.
Há alguns bons momentos – especialmente para quem consegue achar graça no reboque Tom, ingênuo e de sotaque caipira, e também uma sequência envolvendo um show de destruição de carros num ferro-velho. Mas mais de 100 minutos de duração é tempo demais para uma trama que custa a engrenar e se encontra apenas na reta final – graças à personagem Cruz Ramirez, uma ótima introdução ao universo de Carros, e também a ponta para uma próxima continuação.
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